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25/12/2025 05:39

A descoberta sobre o Papai Noel e os efeitos emocionais na infância

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A fantasia do Papai Noel faz parte da infância e ajuda a construir memórias afetivas, imaginação e rituais familiares. Mas chega um momento em que as crianças começam a questionar: “Papai Noel existe?”.

Essa etapa, natural e esperada, costuma gerar dúvidas nos pais. Afinal, quando contar a verdade? Isso pode gerar trauma? E como agir quando a revelação vem de outras crianças? Pensando nisso, a psicóloga infantil e neuropsicóloga Keila Zampirom, de Chapecó, explicou ao Oeste Mais como reagir a essas questões, sem trauma para os pequenos.

“Para a maioria das crianças, não é traumático descobrir que o Papai Noel não existe. A transição faz parte do desenvolvimento cognitivo, que se torna mais lógico e investigativo entre 6 e 8 anos, com dúvidas já surgindo aos 5–6 anos”, conta Keila.

O que pode causar sofrimento não é a revelação em si, segundo a psicóloga, mas quando a verdade é dita de forma brusca ou humilhante, quando colegas zombam da criança por acreditar ou ainda quando os pais insistem na fantasia apesar dos questionamentos claros.

Ainda de acordo com a especialista, a situação piora quando o Papai Noel é usado como ameaça ou forma de controle (“se não se comportar, não ganha presente”). Nesses casos, a frustração está associada à quebra de confiança, não ao personagem.

Como a “mentira do bem” é processada pelas crianças?
Na primeira infância, as crianças aceitam naturalmente narrativas mágicas. A fantasia estimula a criatividade, pensamento simbólico, capacidade de imaginar e o vínculo com tradições familiares.

“Com o amadurecimento cognitivo, elas passam a observar contradições, fazer perguntas e elaborar hipóteses”, diz Keila. A transição é gradual e faz parte do desenvolvimento da lógica e do pensamento crítico.

“Assim como acontece com outras figuras do imaginário infantil, como a Fada do Dente, o Coelhinho da Páscoa e personagens de contos de fadas, a criança naturalmente faz a passagem do encantamento para a compreensão simbólica”, reforça a psicóloga.

Verdade dita de forma brusca ou humilhante pode causar traumas (Foto: IStock/Divulgação)
A psicóloga ainda destaca que os pais não devem usar o Papai Noel para manipular o comportamento. “Usar o Papai Noel como instrumento de controle (“se não se comportar, ele não vem”) é nocivo. Não faça isso. A fantasia deve ser vivida como algo lúdico, não como ferramenta de obediência”, diz.

Como os pais devem lidar com o momento da descoberta? Contar ou esperar que a criança pergunte?

De acordo com a psicóloga, a recomendação é não antecipar a revelação. É melhor esperar que a criança pergunte, pois o questionamento é o principal sinal de que ela está pronta para compreender a verdade.

“Quando a criança traz dúvidas, conta que ouviu algo na escola ou afirma “acho que Papai Noel não existe”, isso mostra que ela já está elaborando a verdade internamente. Nesses momentos, os pais podem devolver a pergunta para entender o que a criança já percebeu: “O que você acha?” “O que te fez pensar nisso?” “Como você sente isso no seu coração?” Essa abordagem permite que a criança pense, reflita e construa suas próprias conclusões, sem pressão. Se ela demonstra segurança, os pais podem confirmar com delicadeza e acolher possíveis frustrações”, explica a profissional.

Existe idade ideal para encerrar a fantasia?

Segundo Keila, não há uma idade fixa. A maioria das crianças faz a transição entre 6 e 8 anos, mas algumas questionam antes ou depois. O essencial é respeitar o ritmo da criança.

“Forçar a revelação precoce enfraquece a magia. Insistir na fantasia quando a criança já percebeu a verdade pode gerar desconforto”, diz.

O que fazer quando irmãos ou colegas revelam antes da hora?

Com irmãos mais velhos, é importante conversar sobre respeitar o tempo dos mais novos e não antecipar a descoberta. Se a revelação vier de terceiros, conforme a psicóloga, os pais devem acolher a criança, escutar o que ela entendeu e esclarecer com calma, conforme o nível de compreensão.

Não é recomendado reforçar a mentira, o ideal é devolver a pergunta.

“Se ela já demonstra dúvidas, significa que está pronta para saber a verdade”, finaliza Keila.
Fonte: Oeste+

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