A biomassa é uma fonte de energia que poderia ter um desempenho maior na matriz energética, mas enfrenta desafios que impedem sua expansão
É de matéria orgânica vegetal ou animal que se obtém a biomassa. Seja da lenha, do bagaço da cana de açúcar, de resíduos agrícolas, esterco, algas ou alimentos, a biomassa pode ser utilizada na geração de energia.
Com pouco impacto ambiental, a biomassa é uma fonte que responde por 8,4% da matriz energética brasileira. No Brasil, o bagaço da cana de açúcar é o recurso mais utilizado para a produção de biomassa na geração de energia elétrica. O setor sucroalcooleiro gera uma grande quantidade de resíduos, que acabam contribuindo com a produção de energia.
Segundo a União da Indústria de cana de açúcar, 79,5% da produção total da bioeletricidade ofertada à rede brasileira, em 2021, veio do bagaço da cana. No mesmo ano, 4% da energia consumida no Brasil foi provida a partir da bioeletricidade. Mas, ao mesmo tempo, a geração de energia pelo bagaço da cana de açúcar teve redução de 10,6%. Uma queda motivada pela redução da produtividade da cana devido às intempéries do tempo.
Alexandre Salem Szklo, engenheiro químico e doutor em ciências da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) ressalta que a produção acontece num determinado período do ano, o que faz com que em alguns períodos possa faltar matéria prima.
“A gente tem uma produção que não acontece o tempo todo, e a gente consegue estocar o etanol. Mas se eu estivesse querendo ter uma planta que vai utilizar o bagaço da cana de açúcar ou a linhaça, a gente tem que lidar com o fato que você tem, em média, sete meses de oferta desses insumos para essas plantas de transformação”, explica.
Biomassa aliada da Transição Energética
A biomassa é mais uma importante alternativa para a Transição Energética Brasileira, uma opção que contribui com a redução dos gases de efeito estufa. Pesquisas em andamento projetam a utilização da biomassa na captura de CO2 e, inclusive, uma tese de doutorado da Universidade do Rio de Janeiro que leva em consideração a usina termoelétrica de Santa Catarina.
“Que era fazer a co-queima de biomassa em térmicas a carvão no sul do brasil e estabelecer a captura de co2. E, nesse sentido, você permaneceria com um certo tempo de vida do carvão utilizando biomassa com co-queima. Então, você vai queimar junto a biomassa e, ao fazer a captura de co2, parte do carbono que você captura não vem do carvão, vem da biomassa – e, assim, esse carvão é um carvão biogênico”, explica Alexandre.
Um carvão biogênico! A experiência da instituição fluminense mostra a importância de todos os recursos e todas as alternativas para assegurar uma Transição Energética Justa, que seja inclusiva e pacienciosa.
Para garantir o abastecimento energético e evitar um colapso na distribuição, o Brasil precisa da biomassa, mas também da energia eólica, solar, nuclear, dos fósseis e de todos os elementos que, somados, proporcionam a segurança energética que mantém a economia girando, para o bem-estar dos brasileiros. Nd+
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