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16/01/2025 14:03
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Quais os riscos da “chuva preta” para a saúde e meio ambiente

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Devido a poluição do ar com as fuligens das queimadas da Amazônia, Santa Catarina tem previsão de receber a “chuva preta” ainda nesta semana. De acordo Diego Hemkemeier Silva, diretor de Controle e Passivos Ambientais do Instituto do Meio Ambiente (IMA), o fenômeno não deve trazer impactos perceptíveis ao Estado, mas em grandes quantidades pode ser prejudicial ao solo, água e fauna, além de causar problemas de saúde nos seres humanos, caso seja ingerido.
— A fuligem possui poluentes que podem afetar o ambiente se estiver em concentração elevada, alterando as características físicas do solo, gerando acumulação em organismos aquáticos e, se a água da chuva for consumida de maneira direta, pode trazer algum tipo de toxina. No entanto, como não é algo recorrente em relação ao nosso ambiente, é provável que impactos maiores não sejam observados — fala.
O especialista também destaca que, no momento, o principal cuidado deve ser em relação às pessoas que possuem vulnerabilidade, com problemas respiratórios ou cardiovasculares. Caso ocorra, a “chuva preta” não será visível por meio de gotas, a não ser que se reúna água em um recipiente, por exemplo.
O meteorologista da Epagri/Ciram, Marcelo Martins, explica que a “chuva preta” recebe esse nome devido a coloração escura da chuva normal, que se mistura com o ar da poluição e das fumaças, o que gera a cor escura. No Rio Grande do Sul, moradores de Arroio Grande, São Lourenço do Sul, Pelotas e São José do Norte registraram o episódio na última segunda-feira (9). A previsão para Santa Catarina é que precipitação ocorra na sexta-feira (13).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a poluição do ar pode trazer ou agravar problemas de saúde como acidente vascular cerebral, doença cardíaca isquêmica, doença pulmonar obstrutiva crônica, câncer de pulmão e pneumonia.
Além disso, conforme a OMS, há evidências que ligam a exposição à poluição do ar ao aumento do risco de resultados adversos na gravidez (ou seja, baixo peso ao nascer, pequeno para a idade gestacional), outros tipos de câncer, diabetes, comprometimento cognitivo e doenças neurológicas.
Governo de SC emite alerta para riscos à saúde
A Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil (SDC), o IMA, Secretaria de Estado da Saúde (SES) e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e da Economia Verde (SEMAE) emitiram uma nota conjunta alertando para os riscos à saúde pública, decorrentes da baixa umidade relativa do ar e da poluição atmosférica.
Desde domingo (8), o Estado está sob um aviso meteorológico com atenção voltada para as possíveis consequências à saúde, como desidratação, agravamento de doenças respiratórias e cardiovasculares, especialmente entre crianças, idosos e pessoas com doenças preexistentes.
Segundo o IMA, a fumaça trazida pelas queimadas intensificou a poluição atmosférica. Estações de monitoramento do ar, localizadas nos municípios de Tubarão e Capivari de Baixo, registraram concentrações de partículas inaláveis (MP10) entre 80 e 130 μg/m³, valores que configuram um Índice de Qualidade do Ar entre moderado e ruim.
A SES alerta que a população fique atenta aos sintomas que a baixa qualidade do ar podem causar: irritação nos olhos, nariz e garganta, além de cansaço e tosse seca. Grupos vulneráveis estão mais suscetíveis a problemas mais graves.
Orientações do governo para a população
Hidratação constante: beba água regularmente, mesmo sem sentir sede;
Ambientes internos: utilize umidificadores de ar ou recipientes com água para melhorar a umidade dentro de casa;
Evitar atividades ao ar livre: especialmente em horários de maior concentração de poluentes;
Buscar atendimento médico: Se os sintomas respiratórios ou irritações persistirem, é aconselhável procurar assistência médica.
Estações de monitoramento do ar em SC
Santa Catarina possui apenas três estações de monitoramento da qualidade do ar, sendo duas em Tubarão e uma em Capivari de Baixo, ambas cidades do Sul do Estado. A previsão do IMA é que Florianópolis receba ainda em 2024 uma das estações de monitoramento de poluição, que ficará localizada na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Em 2025, será a vez da Serra catarinense.
— Além disso, está com edital aberto para contratação de estudos e inventários sobre as emissões existentes em Santa Catarina. Deste modo, será possível diagnosticar, caracterizar e alertar a população sobre a qualidade do ar que respira — fala Diego.

Fonte: RCN

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